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Dezenas de reactores nucleares em zonas sísmicas

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Dezenas de reactores nucleares em todo o mundo estão localizadas em regiões sísmicas, 14 dos quais em áreas de alto risco, revela um artigo de investigação do “Wall Street Journal” (WSJ).

A maioria destes reactores está localizada apenas em dois países: Japão e Taiwan, ilhas com riquezas naturais limitadas que optaram pela energia nuclear em vez de ficarem dependentes de fontes de energia externas.

O WSJ decidiu atentar na localização de mais de 400 reactores nucleares em todo o mundo - e de 100 que ainda estão a ser construídos ou planeados - usando para tal os dados fornecidos pela World Nuclear Association. Na posse destes dados, o jornal comparou a localização das centrais com as áreas do globo que enfrentam maiores riscos sísmicos usando informações do Global Seismic Hazard Program, um estudo de 1999 levado a cabo pelo U.S. Geological Survey e o Swiss Seismological Service. O objectivo foi o de determinar o risco sísmico que enfrenta cada reactor nuclear.

De acordo com a análise levada a cabo pelo jornal, 48 reactores nucleares em funcionamento no mundo (11%) estão localizados em zonas que têm uma actividade sísmica considerada, no mínimo, como “moderada”. Os reactores de Fukushima 1 ficaram incluídos nestes 48, segundo esta análise.

O estudo concluiu igualmente que 14 destes reactores (o equivalente a 3%) estão localizados em áreas de alto risco sísmico. Destes, 10 estão localizados a uma distância inferior a dois quilómetros da costa, ficando assim mais vulneráveis a tsunamis.

Destes 14 reactores nucleares em zonas de alto risco sísmico, 10 estão localizados no Japão e Taiwan. Outros dois estão localizados nos EUA (Diablo Canyon, na Califórnia). Os restantes dois estão na Eslovénia e na Arménia (que tem mais uma central em construção).

Apesar de tudo, a maioria dos países com energia nuclear preferiu construir as suas centrais em zonas com pouca actividade sísmica. “Não há assim tantos sítios onde os reactores estejam construídos em zonas de fractura. O Japão será, provavelmente, o caso excepcional”, indicou ao WSJ o geólogo da Universidade do Michigan, Ben van der Pluijm.

Especialistas da indústria nuclear sustentam, porém, que as centrais nucleares são construídas de forma a aguentarem os mais poderosos sismos e que, em cima disto, ainda levam um reforço de segurança, para o caso de as piores projecções falharem.

Mas os cientistas subestimam muitas vezes a potência destruidora dos sismos. O tremor de terra de 9,0 na escala de Richter que danificou a central de Fukushima foi dez vezes mais forte que a capacidade que tinha sido testada para aguentar. Em 2007, a maior central nuclear do mundo - a japonesa Kashiwazaki-Kariwa - ficou danificada depois de ter sido abalada por um sismo muito mais potente do que tinha sido antecipado nos estudos preparatórios.

Activistas anti-nuclear japoneses há muito que avisam que os reactores nacionais são mais vulneráveis a sismos do que os operadores, autoridades e reguladores querem admitir.

Em Taiwan este assunto também é polémico e alvo de críticas por parte dos ambientalistas. Todos os quatro reactores nucleares existentes no país estão localizados junto a zonas de grande actividade sísmica.

Após o sismo no Japão, Taiwan poderá começar, aliás, a repensar a sua estratégia. Uma sondagem levada a cabo na passada segunda-feira concluiu que 55 por cento dos inquiridos têm pouca confiança nas instalações nucleares do país.

O regulador de Taiwan garante, porém, que todos os seus reactores estão capazes de aguentar sismos de magnitude 7 ou superior e tsunamis com vagas até 15 metros.
Fonte: http://www.publico.pt/Mundo/dezenas-de-reactores-nucleares-em-zonas-sismicas-1485707

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