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“Os Operários que o Governo Esqueceu”

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IRRESPONSABILIDADE NUCLEAR

Em 07 de outubro de 2005, a publicação da reportagem do Correio Braziliense intitulada “Os Operários que o Governo Esqueceu”, trouxe à luz para a sociedade um gravíssimo caso de contaminação nuclear crônica por urânio e tório dos trabalhadores das Indústrias Nucleares do Brasil – INB, que atuavam na Usina Santo Amaro (USAM), no coração do município de São Paulo. Dentro do pequeno universo pesquisado, a reportagem apresenta 14 mortes advindas das condições inadequadas de trabalho, principalmente as relacionadas à radioproteção dos trabalhadores da instalação.


A gravidade do fato gerou imediatamente a realização de uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, subscrita por 5 (cinco) Deputados Federais, marcada inicialmente para 20/10, com o objetivo de apreciar e discutir o assunto.


O caso é emblemático, mantido “embaixo do tapete” por mais de 10 anos, demonstrando as conseqüências trágicas de manter fragilizado o órgão regulador na área de radioproteção e segurança nuclear, dentro de uma atuação condescendente, baseado na obscuridade de uma promiscuidade administrativa, onde a própria CNEN, através da INB e anteriormente Nuclebrás, era proprietária da Usina Santo Amaro, o que a fazia “fiscal de si mesma”.


As autoridades anteriores da área nuclear tratavam a operação desta instalação sob o enfoque da “soberania e segurança nacional”, e por isso, se eximiam das obrigações impostas pela legislação para a radioproteção dos trabalhadores. Quantos outros casos idênticos ocorreram ? dos quais só saberemos no futuro, e quantos mais irão ocorrer ?


A mesma filosofia, que possibilitou que esta barbárie fosse praticada em território nacional, ainda encontra abrigo em boa parte das principais autoridades e personalidades do setor nuclear, como explicitado na reportagem “O Pai da Bomba Continua na Ativa”, publicada simultaneamente em 20 de setembro de 2005 no Correio Braziliense e no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro. Os que sustentam tal filosofia vêm evitando que o País tenha um órgão regulador independente, e se opõem, baseado em argumentos ultrajantes, à criação de um arcabouço legal que apresente o reconhecimento oficial e a delegação de competências aos agentes responsáveis pelas auditorias e fiscalizações na área nuclear, em semelhança a outros órgãos federais de fiscalização.


Resta saber até que ponto os interesses ditos como desoberania e defesa nacionais continuarão se sobrepondo aos da segurança da população.”


Fonte: http://www.afen.org.br/artigos_conteudo.php?id=13

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